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Entrevistas diárias com pessoas de todas as áreas. Artistas, cientistas, professores, economistas, analistas ou personalidades políticas que vivem na França ou ... Mehr
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  • Curador-adjunto do Centro Pompidou quer ampliar presença de obras brasileiras no museu parisiense
    Ampliar a presença de obras brasileiras e latino-americanas nos acervos dos museus internacionais é imprescindível para construir ou consolidar narrativas, propor novas leituras e questionamentos. É no que acredita Paulo Miyada, curador-adjunto do Centre Georges Pompidou, em Paris. Andréia Gomes Durão, da RFICurador-chefe do Instituto Tomie Ohtake, além de já ter atuado junto à curadoria da Bienal de São Paulo, do Itaú Cultural e do Museu de Arte Moderna de São Paulo, Miyada também responde pela curadoria para o Brasil e a América Latina neste que é o principal museu de arte contemporânea da capital francesa.Clique na foto principal para assistir a entrevista na íntegra.O papel dos curadores-adjuntos, criado há cerca de 2 anos no Pompidou, responde, nas palavras do próprio Miyada, ao compromisso do museu de estar mais próximo dos contextos locais dos artistas. Os outros dois comitês atendem à Ásia e à Europa Central.“O curador-adjunto é um profissional que atua, vive na região, e pode pesquisar de perto não somente novos artistas, novos trabalhos, novas disposições, mas também a evolução do debate crítico historiográfico. Porque não surgem apenas novas obras, mas novas camadas da história também vão sendo rediscutidas”, explica o curador em entrevista à RFI.Entre as maiores contribuições para aumentar a participação destas obras nas coleções dos museus, está a possibilidade de promover encontros e diálogos que permitirão construir e consolidar narrativas.“Além da qualidade, da força ou da materialidade de cada obra isoladamente, com o conjunto de obras de artistas é possível produzir narrativas e contra-narrativas, desvios. É muito importante nas conversas não só de estarmos propondo um artista, uma obra, porque fala (de um tema), com (certos) materiais, mas também que essa obra, esse artista, entrem em relação com outros”, continua Miyada.Um duplo olharEle explica que obras de artistas latino-americanos que vão integrar o acervo do Centre Georges Pompidou passam a ser observadas sob “um duplo olhar”.“Por um lado, que relações, seja de complementação, seja de contraste, essas obras terão com o ramo principal da coleção do museu? Por outro, de que forma elas completam as leituras que se pode ter de outras obras da América Latina que já estão aqui. Com uma carteira mais densa, passa a existir a possibilidade de, seja em uma instalação permanente, seja em exposições temporárias, se introduzir não só a força de uma obra, mas contar uma história ou levantar uma pergunta”, argumenta. Miyada acrescenta que o campo das artes visuais muitas vezes renuncia à voz de grupos sociais muito específicos, e que isso se reflete na maneira em que a história da arte latino-americana é recebida internacionalmente.“O que a gente tem visto, com mais e mais urgência, é a necessidade de reconhecer que a sociedade não cabe nesse lugar de enunciação. Há outros atores sociais que existem, existiram, constroem futuro e produzem discurso visual, não necessariamente coincidindo com a sintaxe dominante nas artes visuais. Não que a estejam ignorando, mas por estarem produzindo desvios e tensões”, pontua Miyada.
    6.6.2023
  • Livro de Leonardo Tonus inspirado nos movimentos migratórios 'situa leitor no desconforto'
    Um mergulho, uma travessia, um estar à deriva. A mais recente antologia poética de Leonardo Tonus, “Diários em mar aberto”, propõe um deslocamento por oceanos geográficos e metafóricos, em que a crise migratória (des)orienta o leitor pelo caminho do desconforto das tensões sociais e dos exílios íntimos. Andréia Gomes Durão, da RFIEsse “diário de bordo”, no entanto, começa a ser escrito curiosamente em uma época em que as pessoas precisavam se deslocar menos, confinadas em suas casas sob a ameaça de um vírus. “O texto nasce em um momento muito específico, muito traumático para todos nós, que é o momento da pandemia. Não é um texto sobre pandemia, mas o livro nasce em um momento de reflexão sobre esse estar no mundo. Nós estávamos completamente deslocados no nosso espaço doméstico”, lembra o autor.A reclusão foi a oportunidade para navegar em histórias pessoais sobre este tema de grande interesse do escritor: o processo migratório. “Eu lembrei que meu pai tinha me ofertado, em 2019, uma caixa com vestígios da história familiar. E essa caixa ficou durante muito tempo em cima da minha mesa, sem que eu tivesse coragem de abri-la. Nesse momento da pandemia, comecei a redigir um diário. E decidi abrir essa caixa e descobrir então esses vestígios, que vieram nutrir minha reflexão sobre essa situação de exílio”, ele conta.Tendo essa experiência pessoal como ponto de partida – e sem porto de chegada, Tonus conduz o leitor ao não-lugar, ao lugar do outro, ao desconforto de um destino desconhecido. O próprio projeto gráfico da versão em alemão de “Diários de mar aberto”, que acaba de chegar às livrarias, subverte as referências de “latitude e longitude” em sua diagramação, e propõe uma experiência de ausência de orientação.“O projeto gráfico proporciona essa experiência de se estar no mar. O mar se torna cada vez mais revolto pelo próprio processo de leitura. Há momentos em que o leitor é obrigado a virar [o livro] de uma outra maneira, criando esse mal-estar. A ideia é situar o leitor dentro deste espaço, não mais de sonhos, de esperanças, que sempre foi o mar, mas esse mar tenebroso”, descreve.Cemitério a céu aberto“O Mediterrâneo se tornou o maior cemitério a céu aberto nesses últimos tempos”, enfatiza Leonardo Tonus, que faz de seu livro uma ferramenta para sensibilizar o público sobre um dos problemas sociais mais graves da atualidade. “Minha única solução seria criar esse desconforto, para mim mesmo e para o meu leitor, para que ele chegue próximo dessa situação e, a partir daí, possa talvez entender, compreender e acolher esse outro que vive há anos em situação de sofrimento”, explica o autor.Leonardo Tonus é professor de literatura brasileira contemporânea na Sorbonne. Ele foi condecorado Chevalier das Palmas Acadêmicas pelo Ministério francês de Educação em 2014, e Chevalier das Artes e das Letras pelo Ministério da Cultura da França em 2015.É o idealizador e organizador da “Primavera Literária Brasileira”, em Paris, e do Projeto Migra, que promove um debate com participantes de diversos países sobre a questão migratória na contemporaneidade.Além de "Diários em mar aberto", publicado em 2021 pelas Edições Folhas de Relva, ele também é autor das antologias poéticas "Agora Vai Ser Assim" (2018) e "Inquietações em tempos de insônia" (2019), ambas lançadas pela Editora Nós.Clique na foto principal para assistir o vídeo com a íntegra da entrevista.
    5.6.2023
  • “Para quem fazemos uma obra?”, questiona Ana Maria Tavares, artista brasileira que expõe em Paris
    O lugar do público nas obras modernistas, principalmente na arquitetura, as disputas de classe e outras questões sociais são contempladas na obra da artista visual brasileira Ana Maria Tavares, que expõe atualmente em Paris sua individual “Sortir du Silence: Au-delà de la Modernité” (“Sair do Silêncio: para além da Modernidade”, em tradução livre). Andréia Gomes Durão, da RFICom quatro participações em Bienais de São Paulo no currículo, além das bienais de Havana, Pontevedra, Istambul e Singapura, a artista expõe nos mais renomados museus do Brasil e do mundo, e suas obras integram importantes coleções nacionais e internacionais, como a do Museu de Arte Moderna de São Paulo, mas também do Kröller-Müller Museum, na Holanda, e do Museu de Belas Artes de Houston, nos Estados Unidos.Clique na foto principal para assistir a entrevista na íntegra.O modernismo é uma temática constante na produção de Ana Maria, em que ela aborda o movimento, mas com grande ênfase na arquitetura.“É muito importante retomar a história para tentar ver as brechas, as coisas que não foram muito bem elaboradas, e não foram elaboradas por motivos políticos também. E retomarmos isso. Vivemos um momento de muitas mudanças atualmente no Brasil. Em que o racismo, por exemplo, é um assunto muito presente, muito atual. Eu vou buscar, por meio da arquitetura, as origens de tudo isso”, explica a artista.Com isso, suas obras desconstroem conceitos da arquitetura modernista. “Por mais que a obra seja complexa, a pergunta é muito simples: para quem fazemos arquitetura? E a grande questão que eu tento apontar no meu trabalho é essa dissociação do projeto moderno inaugural, que é Brasília. [...] Esse projeto foi implantado sem considerar a população, sem considerar os problemas sociais que nós sempre tivemos. Nós fomos deixando isso de lado, adiando. Então, no meu trabalho, eu tento retomar”, continua Ana Maria.“Juntar coisas que o modernismo separou”A artista visual afirma que seu trabalho busca “trazer uma consciência crítica para o observador”, para que este possa “juntar coisas que o modernismo separou”. “O processo de modernização acontece primeiro com uma imagem que se cria desse país, e essa imagem foi a arquitetura. Eu trago o ornamento para dentro [das obras], exatamente para incluir aqueles que foram excluídos desse processo”, ela critica.Ana Maria aponta a ausência de ornamentos na arquitetura modernista como uma evidência desse processo consciente e tendencioso de exclusão, e ousa promover esse “diálogo (antes) impossível” ao resgatar elementos da cultura popular. “No começo do século 20, o arquiteto austríaco [Adolf] Loos escreve o manifesto Ornamento e Crime, que serve de base para um pensamento de exclusão. O barroco é completamente excluído [no modernismo]. E se começa a criar uma nova identidade a partir dessa ideia da pureza visual do racionalismo. E resgatar os trabalhos das artesãs no nordeste do país é trazer mulheres trabalhadoras de uma classe [economicamente] mais baixa. A gente passou a excluir essa outra possibilidade de manifestação artística, que foi definida, ao longo do tempo, como baixa cultura. Eu faço esse cruzamento no meu trabalho”, conta a artista visual.Ana Maria Tavares é representada em todo o mundo pela Galleria Continua, e expõe atualmente em Paris sua individual “Sortir du Silence: Au-delà de la Modernité”, que pode ser visitada até 14 de junho.
    1.6.2023
  • Artistas brasileiros apresentam espetáculo de serestas em turnê na Europa
    Os músicos brasileiros Lívia Nestrovski e Fred Ferreira estão na França para uma turnê de três meses, que segue para Alemanha, Portugal, Itália e Espanha, apresentando o show "Nuvem Rósea, Chão de Estrelas", uma abordagem subjetiva da seresta brasileira. Tatiana Ávila, da RFIA artista conta que o trabalho foi idealizado para um festival de música caipira de câmara, em que a dupla foi designada com o tema das serestas. Eles explicam como a seresta surgiu, no começo do século XIX, poetas da elite carioca passaram a entregar poemas aos tocadores de violão nas ruas. Houve uma fusão da alta cultura com a cultura popular, que gerou a canção popular urbana brasileira.  “Para quem não conhece, a seresta é um tema bem abrangente, um caldeirão de vários gêneros, que cabem dentro de um mesmo ambiente. É uma prática muito antiga do Brasil, que ainda existe em alguns lugares, uma herança dos trovadores. Mas não quisemos ficar no repertório clássico e pegar um pouco do que é a alma da seresta, que é muito lírica, poética, amorosa, que vai percorrendo um fio histórico ao longo dos séculos no Brasil”, conta Nestrovski. “E que forma esse alicerce da música brasileira que a gente conhece”, completa Ferreira.Eles explicam ainda que a poesia e temas como a lua, a noite e os amantes, tão presentes nas serestas, foram mantidos, mesmo sem abordar um repertório clássico. Outra característica do show é a conexão com raízes de outros países e culturas, com músicas que não são brasileiras, mas que ajudaram a formar essa identidade nacional. Ferreira destaca que a escolha do repertório passa também por uma identificação pessoal, dos próprios músicos. “Nós temos uma história, antes desse show já tocamos juntos há bastante tempo e, de certa forma, encontramos uma linguagem, um jeito de fazer música juntos, que tem uma sonoridade. Então, o repertório também precisa caber dentro dessa sonoridade que já construímos previamente. Conseguimos apresentar os clássicos e dar contraste com compositores novos para mostrar que a seresta ainda respira na música atual”, disse.  Da música clássica à popularNo ano passado, Lívia Nestrovski foi convidada a se apresentar com a Orquestra Filarmônica de Portugal, em uma peça especialmente criada para ela pelo maestro Luís Tinoco, em comemoração pelo Dia Mundial da Língua Portuguesa. Ela explica as grandes diferenças entre os dois trabalhos. “Foi um trabalho muito honroso, uma peça pensada para a minha voz, que também era uma encomenda e tinha uma temática mais fechada. Mas é muito diferente estar nesse ambiente da música clássica e da música popular. Naquela ocasião, eu executava a peça, eu não tinha um lugar de criação, apesar de eu ter participado com o Luís Tinoco, mas é diferente de um trabalho em que estamos criando o roteiro, fazendo a pesquisa do início ao fim e que é em conjunto. A gente é uma banda. O nível de tensão e o trabalho prévio também são muito diferentes. As tarefas executivas e burocráticas também fazem parte e tem toda essa emoção que vai sendo construída, é um projeto de vida. Subir no palco depois de tantos meses para fazer esse projeto acontecer é uma emoção muito grande”, contou Nestrovski. Música brasileira em vários nichosFerreira fala do privilégio de cantar para o público francês, já que a cultura francesa teve enorme influência no Brasil, especialmente no Rio de Janeiro, e que o país acaba, agora, devolvendo essa influência para o mundo. Os músicos contam também as expectativas para um show de serestas para um público estrangeiro que normalmente associa a música brasileira à Bossa Nova e ao samba. “Esse trânsito é muito interessante. Tivemos experiências diversas, me lembro quando fomos nos apresentar na Estônia e veio gente da Finlândia querendo ouvir o que estava sendo produzido hoje. Tem gente interessada, o Brasil é um terreno de novidades e de intelectualidades, e as pessoas do mundo sabem disso e se interessam”, reforçou. “A gente usa a seresta, mas vamos para outro lugar, que é onde nos colocamos no mundo, entre vários nichos musicais", acrescenta Nestrovski. Segundo ela, a sonoridade não remete a um gênero fixo da música brasileira. "É como se estivéssemos abrindo um baú de joias do Brasil, que queremos que o mundo veja." Para a dupla, enquanto cidadãos brasileiros, "é muito importante efetuar este resgate identitário profundo”, finaliza Nestrovski.
    31.5.2023
  • Autor britânico conta sua vivência em São Paulo em romance policial agora traduzido para francês
    Ele nasceu em Londres, mas viveu no Brasil durante dez anos. Joe Thomas escreve sobre essa experiência no romance "Brazilian Psycho", que acaba de ser traduzido para o francês pela editora Seuil Cadre Noir. O livro de 600 páginas mescla visões e épocas diferentes de um mesmo Brasil, como ele contou em entrevista pelo telefone à RFI Brasil. Maria Paula Carvalho, da RFIO enredo conta, por exemplo, o caso de três adolescentes de São Paulo que, em 2018, agridem um homossexual e gravam nele com uma faca o V da vitória e uma suástica. Antes, em 2003, o autor relata uma investigação sobre a morte do diretor de uma Escola Britânica. Essas são algumas passagens desse romance policial que apresenta ao leitor uma miríade de personagens: um ex-agente da CIA encarregado de lavar dinheiro, um menino de rua que sobe na hierarquia de uma organização criminosa, o assistente de um político e muitos outros. “Para mim, o livro é sobre a cidade de São Paulo e eu acho que todas as personagens representam alguma coisa, um nível da sociedade paulistana”, explica Joe Thomas. “Eu queria escrever um livro que conectasse todas as camadas da sociedade. E eu acho que o melhor jeito de fazer isso foi mostrar os personagens crescerem durante 20 anos”, completa. O autor combina ficção e realidade para traçar um quadro da sociedade brasileira contemporânea. “Combinar os dois é a principal característica do meu trabalho. Eu combino ficção e realidade porque acredito ser a melhor forma de mostrar a verdade sobre um lugar e sobre uma sociedade. Eu uso a ficção para iluminar a verdade”, afirma. O livro, por enquanto sem previsão de tradução em português, ainda tem artigos de imprensa, documentos e transcrições que ajudam a contextualizar a obra. “Eu acho que usando documentos de ficção e documentos reais eu consigo ilustrar essa verdade. Para mim, o estilo de colagem é um jeito de mostrar o que é São Paulo em todas as suas vertentes: um lugar extraordinário”, define. “Eu amo a cidade, mas também é complexa e difícil. Eu apresento um mosaico da cidade usando documentos e as histórias de muitas pessoas”, explica Thomas. Trilogia sobre São PauloO romance encerra uma trilogia composta das obras: Paradise City (2016), que faz referência à favela de Paraisópolis; Gringa (2018), que conta a investigação de um crime; e Playboy (2019), que tem como pano de fundo o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Apresar de “conversarem” entre si, os livros podem ser lidos separadamente. “Sim, na verdade Brazilian Psycho é o melhor livro para começar e pode ser lido sozinho. E os outros têm os mesmos personagens fascinantes. Para mim, este último livro é o melhor para introduzir e completar a minha história da cidade”, diz. O inglês Joe Thomas mudou-se para São Paulo em 2001, onde foi trabalhar como professor de história e literatura numa escola britânica. “Eu adorei a cidade e quando eu voltei para Londres, eu queria pensar, refletir e escrever sobre a cidade. E eu descobri que é o melhor jeito para fazer isso era escrever uma história policial”, afirma. “Foi uma atividade para pensar na minha experiência em São Paulo e para refletir sobre um lugar que foi a minha casa mesmo, apesar de eu ser britânico”, conta o autor. Joe Thomas diz ter ficado encantado com energia da capital paulista. “Eu adorei sair à noite para comer e para beber, para dançar, para escutar música. Aquele lado da cidade é maravilhoso, engraçado e divertido. Então, para mim, foi um amor à primeira vista”, confessa. “Mas também tem aquele lado mais escuro, mais difícil, mais complicado. Foi isso que mais me chamou a atenção, as contradições bem no coração da cidade”, observa. Morador do bairro do Morumbi, ele conta sobre a proximidade com a favela de Paraisópolis. “Então, eu vi ricos e pobres, lado a lado. São Paulo não é uma cidade bonita, não é como o Rio de Janeiro, não tem aqueles cartões postais. Mas tem uma oportunidade para investigar temas e tramas diferentes, o que é bom para quem quer fazer a descrição de um lugar”, completa o autor. “Espírito de protesto”Entre outras pessoas, a obra é dedicada à memória da vereadora Marielle Franco, que foi assassinada no Rio de Janeiro, em 2018. O caso nunca foi desvendado. “Para mim, esse foi um gesto de solidariedade. Ela foi uma heroína. E o espírito do livro é de protesto, de luta contra a injustiça”, diz o britânico, que continua acompanhado o desenrolar dos acontecimentos recentes do país. “Sim, sempre. Para mim, quando eu falo com brasileiros aqui em Londres e também os meus amigos lá, é com um tipo de melancolia. Os últimos anos foram muito difíceis. Mas eu também sei que o país sempre vai progredir”, acredita, esperançoso. “Em Paradise City, o meu primeiro livro sobre São Paulo, tem uma frase que diz: ‘São Paulo não tem passado’, ou seja, está sempre andando para a frente sem refletir e às vezes é preciso aprender com o que passou”, conclui.  
    30.5.2023

Über RFI Convida

Entrevistas diárias com pessoas de todas as áreas. Artistas, cientistas, professores, economistas, analistas ou personalidades políticas que vivem na França ou estão de passagem por aqui, são convidadas para falar sobre seus projetos e realizações. A conversa é filmada e o vídeo pode ser visto no nosso site.
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