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Um pulo em Paris

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Um pulo em Paris

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Direto da redação da Rádio França Internacional em Paris, em parceria com a Rádio CBN, Adriana Moysés e Silvano Mendes contam as novidades e curiosidades de um ... Mehr
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  • Política de "zero plástico" da prefeitura de Paris será aplicada nos Jogos Olímpicos de 2024
    A partir de segunda-feira (29) e até 2 de junho, Paris vai sediar a segunda rodada de negociações da ONU para a conclusão de um Tratado internacional contra a poluição gerada pelo plástico. A prefeita socialista de Paris, Anne Hidalgo, aproveitou a presença dessas autoridades na cidade e as negociações na ONU para divulgar medidas contra o uso de plástico nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2024. Anne Hidalgo reuniu-se nesta sexta-feira (26) com prefeitos de várias cidades do mundo no Fórum Internacional de Paris dedicado a acabar com a poluição gerada pelo plástico descartável. O exemplo típico desse resíduo são as garrafas de água e outras bebidas, que as pessoas consomem uma vez e depois jogam no lixo ou abandonam nas ruas e praias, causando danos ambientais hoje comprovados às espécies marinhas e até para nossa cadeia alimentar.  No evento, a prefeita anunciou que todos os locais de competição esportiva da capital (Concorde, Grand Palais, Invalides, Ponte Alexandre IIl, Champ-de-Mars/Torre Eiffel) e a Arena La Chapelle receberão os visitantes sem garrafas descartáveis. A Coca Cola, patrocinadora oficial dos Jogos, venderá água, refrigerantes e bebidas quentes principalmente a granel, em cerca de 200 fontes de distribuição, em dois tipos de recipiente: garrafas de plástico reciclável, as chamadas rPET, e de vidro reutilizáveis. A empresa tem o histórico de ser um dos grupos industriais que mais geram lixo plástico no mundo. Paris quer reduzir a pegada ambiental dos Jogos de 2024 à metade, em comparação às edições anteriores, ocorridas no Rio de Janeiro e Londres. Nas maratonas, garrafas e copos descartáveis também serão banidos. Para ter uma ideia do volume de resíduo poluente gerado nesse tipo de evento, a Maratona de Paris, realizada em abril, consome em média 400 mil garrafas de água descartáveis para 50 mil participantes. Isso vai acabar no ano que vem. O objetivo é evitar o acúmulo de 12 toneladas de lixo plástico por ano, um veneno para o meio ambiente. A equipe de Hidalgo quer usar o evento para conscientizar as pessoas sobre a viabilidade da mudança de comportamento de consumo e acelerar, em seguida, a implantação de outras propostas de urgência ambiental. A partir de setembro de 2024, a prefeitura de Paris só dará autorização de pontos de venda na capital aos organizadores que cumprirem essa regra do rPET reutilizável ou da garrafa de vidro.  Em abril, a prefeitura criou um selo de certificação para empresas comprometidas com a política de "zero plástico". Vários nomes dos setores cultural, esportivo, turístico, de hotelaria e casas noturnas aderiram ao projeto. Na Torre Eiffel, em 14 museus da cidade e 300 hotéis parisienses do grupo Accor, entre outros interessados, o plástico de utilização única vai desaparecer.  Diminuir a pegada ambiental nos prédios residenciais  Atualmente, os franceses estão se mobilizando para cumprir o programa de obras destinado a economizar energia nos prédios residenciais, outra medida indispensável para lutar contra o aquecimento global. As 20 subprefeituras de Paris têm feito reuniões noturnas para dar uma arrancada nas reformas que devem tornar os apartamentos mais econômicos no consumo de energia.  Os belos prédios de arquitetura antiga, construídos no século passado, dão aquela atmosfera romântica e única a Paris, mas são um desastre do ponto de vista ambiental. Tudo precisa ser trocado: o revestimento das paredes, as janelas térmicas de vidro duplo ou triplo, os aquecedores, o encanamento e as instalações elétricas, para diminuir as emissões de CO2. Em média, esse tipo de obra demora seis anos para se concretizar e exige a realização de uma auditoria do que precisa ser feito, um orçamento bem planejado para se obter as subvenções que o Estado e a prefeitura dão para esse tipo de reforma, até a conclusão das obras. Para cumprir os objetivos do plano climático de Paris até 2030, a prefeitura reservou € 250 milhões por ano em subvenções aos condomínios, sem contar o auxílio financeiro do Estado, que dedica € 4 bilhões para esse fim em 2023, no plano nacional.  Pelos cálculos da prefeitura de Paris, será preciso reformar 40 mil apartamentos por ano na cidade, sendo que no ano passado apenas 2.000 foram modernizados. O aspecto positivo é que tem financiamento para quase tudo e, no final do processo, o custo para o morador pode ser pequeno. Mas como o acesso a esses programas públicos de transição energética exige a apresentação de documentos técnicos, e os condomínios precisam contratar profissionais especializados para correr atrás da papelada, as pessoas resistem. Os moradores têm receio de ser enganados por empreiteiros mal intencionados, medo de perder dinheiro, enfrentar o desconforto das obras e a burocracia. Arquitetos e engenheiros dizem que não é fácil fazer esse planejamento. É toda uma cidade que se renova. Mas a consciência da urgência climática está mudando essa percepção, e os parisienses têm lotado as reuniões públicas de bairro para colocar a mão na massa.
    26.5.2023
    12:12
  • Com Johnny Depp e poucas concorrentes mulheres, Festival de Cannes pena a se adaptar à era pós-MeToo
    O Festival de Cannes abriu nesta semana sob uma forte polêmica: a vinda de Johnny Depp, que voltou ao tapete vermelho após um controverso julgamento por difamação de sua ex-esposa. Considerado vaguardista e intelectual, o evento pena para se encaixar na era pós-Me Too: apenas sete diretoras concorrem ao principal prêmio. Na semana de abertura do Festival de Cannes, a imprensa francesa destaca um recorde: a seleção de sete mulheres do total de 21 concorrentes à Palma de Ouro, a principal premiação do evento. O número está ainda muito aquém das expectativas da era pós-Me Too, em que mulheres denunciam injustiças e exigem sua presença em espaços de poder. Segundo o coletivo 50/50, que milita pela paridade no cinema francês, desde a primeira edição do Festival de Cannes, em 1946, até 2018, entre os 1.727 filmes em competição, 82 foram dirigidos por mulheres. Entre essas obras, apenas 5% são longas-metragens. Outros dados relacionados ao evento mostram o quanto o cinema francês ainda é marcado por um sistema desigual. Em 76 anos de evento, apenas duas mulheres receberam a Palma de Ouro: Jane Campion, com o filme “O Piano”, em 1993, e Julia Ducournau, em 2021, com o longa “Titane”. A alemã Iris Knobloch, selecionada em 2022 para os próximos três anos, é a única mulher a presidir até hoje o festival. Agressores no tapete vermelho A escolha do festival de abrir sua 76a edição com o longa “Jeanne du Barry”, da cineasta e atriz francesa Maïwenn, foi alvo de uma forte polêmica. Com a decisão, os organizadores desenrolaram o tapete vermelho a Johnny Depp, um dos personagens do filme, acusado de violências e difamação de sua ex-esposa, a atriz americana Amber Heard. A diretora do longa também não escapa das críticas. Maïwenn está sendo processada por ter agredido, em fevereiro, o jornalista Edwy Plenel, confundador e presidente do site Mediapart, em um restaurante de Paris. O motivo da agressão teria sido uma matéria publicada pelo veículo sobre acusações de estupros contra o diretor Luc Besson, ex-marido de Maïwenn. Na quarta-feira (17), um coletivo de artistas publicou um manifesto no jornal Libération, criticando a decisão do Festival de Cannes de “apoiar agressores”. Segundo os 128 signatários, as escolhas dos organizadores do evento demonstram que as violências no setor cinematográfico "podem ocorrer sob total impunidade". Um dos primeiros filmes a entrar em competição, “Le Retour” (O Retorno), da cineasta francesa Catherine Corsini, também suscitou divergências. A diretora é acusada de assédio moral, o que ela nega que tenha ocorrido. Além disso, o longa traz uma cena de sexo entre dois personagens adolescentes, interpretados por menores de idade, que não foi declarada às autoridades, como manda o protocolo. O incidente levou Centro Nacional de Cinema da França a cancelar a verba pública destinada ao filme. Fim da carreira cinematográfica de Adèle Haenel A poucos dias da abertura da 76a edição do festival, a atriz francesa Adèle Haenel, um dos grandes talentos da nova geração de artistas da França, causou surpresa ao anunciar o abandono de sua carreira no cinema devido à “indulgência generalizada” do setor com agressores sexuais. Em uma carta enviada à revista Télérama, a artista de 34 anos critica a maneira como essa indústria “colabora com a ordem mortífera ecocida racista do mundo”. Cannes não escapou da revolta da atriz que afirma que seus organizadores são complacentes com crimes que acontecem no cinema francês. Haenel também denuncia todos os que “se unem para salvar os Depardieu, Polanski, Boutonnat”, personalidades do setor envolvidas em escândalos sexuais. A atriz foi uma das principais vozes do movimento #MeToo na França. Em 2019, ela tornou públicas as agressões sexuais das quais foi vítima por parte do diretor Christophe Ruggia, com quem trabalhou quando era adolescente. Um ano depois, ela protestou durante a cerimônia do César, que premiou o diretor franco-polonês Roman Polanski. Longe das telonas, Haenel afirma que se dedicará a projetos no teatro.
    19.5.2023
    12:24
  • Governo Macron é acusado de recorrer a medidas cada vez mais repressivas para conter manifestantes
    O presidente francês, Emmanuel Macron, não tem conseguido conter a insatisfação da população com a controversa reforma da Previdência. Com a continuação dos protestos em todo o país, o governo vem apelando a medidas consideradas autoritárias e que suscitam a preocupação da opinião pública. Daniella Franco, da RFI Proibição de protestos e de materiais que façam barulho durante as manifestações, detenções preventivas, mobilização cada vez maior de policiais: o governo francês recorre a métodos cada vez mais repressivos para lidar com a crise social. Paralelamente, o desgosto da população com a atitude do Executivo não dá sinais de diminuir. No último 1° de Maio, a França foi palco de uma participação recorde nos atos no Dia do Trabalhador, com 2,3 milhões de pessoas nas ruas, segundo as centrais sindicais (782 mil segundo a polícia). Em comparação a 2022, o número de manifestantes foi sete vezes maior. Lei contra vândalos Impassível diante da mobilização, o governo opta por adotar o discurso do aumento da violência contra policiais durante os protestos para justificar iniciativas como a criação de uma lei “antibaderneiros”. O projeto vem sendo discutido entre o ministro da Justiça, Eric Dupont-Moretti, e o ministro do Interior, Gérald Darmanin. O objetivo é proibir a participação de manifestantes violentos nos protestos, uma iniciativa que preocupa especialistas. Em entrevista ao jornal La Croix, o jurista Nicolas Hervieu lembra que a França já conta com um rígido arsenal jurídico para repreender vândalos. Desde 2012, cerca de 20 leis de segurança foram adotadas. Já o advogado Arié Alimi aponta para a existência de uma “inflação legislativa repressiva às manifestaçõoes”. Em 2019, durante a crise dos coletes amarelos, um projeto de lei similar foi invalidado pelo Conselho Constitucional – a mais alta jurisdição da França – e nunca entrou em vigor. O texto foi considerado “um ataque ao direito de expressão coletivo de ideias e opiniões, que é garantido pela Declaração dos Direitos Humanos, criada em 1789 na França. O temor é que, adotando uma nova lei com a justificativa de impedir pessoas violentas a manifestarem, a liberdade de expressão seja ela própria desrespeitada. Opositores dizem que esse é mais um passo do governo para tentar reprimir uma revolta popular que persiste desde janeiro. Detenções arbitrárias A quantidade de pessoas detidas preventivamente nos atos contra a reforma da Previdência continua sendo alta. Nos protestos de 23 de março, que tiveram participação recorde, 457 pessoas foram presas em toda a França. Nas manifestações do 1° de maio, houve 540 detenções. Na quarta-feira (3) foi divulgado um relatório da Controladoria Geral de Locais de Privação de Liberdade, um órgão independente, denunciando uma série de irregularidades durante as operações policiais nas manifestações. Além de detenções arbitrárias, o documento também aponta para abordagens violentas, permanência de manifestantes nas delegacias sem nenhuma justificativa, selas precárias, suspeitos sendo revistados despidos, entre vários outros descumprimentosde protocolos. A autora do relatório, Dominique Simonnot, junto com equipes que ajudaram na elaboração dele, divulgaram os resultados do balanço depois de acompanharem o trabalho da polícia em nove delegacias de Paris. A conclusão é de uma instrumentalização geral das medidas de detenção preventiva. O documento também afirma que 80% das pessoas detidas durante as manifestações foram libertadas horas ou dias depois sem nenhuma justificativa ou acusação. O relatório é divulgado na mesma semana em que a Organização das Nações Unidas acusou a França de ataques a imigrantes, discriminação racial e violência policial durante manifestações. Várias delegações fizeram duras críticas ao governo francês, como a Suécia, a Noruega e a Dinamarca. A delegação de Liechtenstein pediu uma investigação independente sobre os excessos das forças de segurança e a de Luxemburgo solicitou que a França "repensasse sua política em termos de manutenção da ordem”.  Ultragem e insulto ao presidente Na quinta-feira (4), o jornal Libération revelou uma série de decisões arbitrárias contra cidadãos que se posicionam contra o governo. É o caso de um homem de 77 anos, da região do Eure, no norte da França, que foi processado por ter colocado em frente de casa um cartaz com uma mensagem “Macron, a gente te manda à merda”. Segundo a polícia local, o idoso só não foi detido devido à idade avançada. No entanto, foi condenado a fazer um estágio sobre cidadania. Outro caso polêmico diz respeito a um professor em Nice, no sul da França, que foi detido para interrogatório no final de março após ter colocadoum espantalho com a cara do Macron nos trilhos de uma estação de trem durante uma manifestação. O homem foi ouvido pela polícia durante oito horas por “ultragem à autoridade política” e “provocação pública”. Na região de Pas de Calais, no norte da França, uma mulher também foi detida para interrogatório após ter chamado Macron de “lixo” no Facebook. Segundo as autoridades locais a medida foi tomada depois da descoberta de uma pixação da mesma palavra em um depósito de dejetos perto de sua casa. Ela será julgada em junho por “ultragem” e “insulto” contra o presidente.
    5.5.2023
    17:08
  • 1° de Maio terá protestos contra reforma da Previdência e explosão do custo de vida na França
    A Festa do Trabalho, como é chamado o 1° de maio na França, será marcada por protestos que vão muito além da indignação com o aumento da idade de aposentadoria para 64 anos. A guerra na Ucrânia continua gerando uma explosão no custo de vida que exaspera cada vez mais a população e corrói o poder de compra dos salários. A inflação voltou a subir em abril, atingindo 5,9% em um ano. O que mais pesa no bolso do consumidor atualmente é a alta nos preços dos alimentos, que bateu em 14,9% neste mês e tem pico previsto de 23% a 26% em julho. Comida é uma despesa básica e os franceses estão insatisfeitos com as ações do governo para conter os preços. O ministério da Economia tem distribuído cheques às famílias de baixa renda para compensar o aumento da energia e dos combustíveis, mas não previu nada para atenuar o impacto da inflação na conta do supermercado.  O presidente Emmanuel Macron é acusado de ter falhado no tratamento de uma prioridade. Ele insistiu na impopular reforma da Previdência, quando pelo menos 2,5 milhões de franceses enfrentam dificuldade para se alimentar. Por isso, a necessidade de revalorização dos salários vai estar no centro das reivindicações no Dia dos Trabalhadores. Na França, o salário mínimo (Smic) tem reajuste automático em 1° de janeiro com base na inflação, mas pode sofrer outras correções ao longo do ano se a aceleração da inflação for expressiva. É o que vai acontecer neste 1° de maio: um segundo reajuste do mínimo, desta vez de 2,2%. O Smic mensal líquido passará para € 1.383,08, cerca de R$ 7.560,00, mas é um reajuste ainda abaixo da inflação. O montante pode parecer alto para o Brasil, mas é um valor baixo para cobrir as despesas do custo de vida na França. Uma pesquisa Ifop mostrou, no início de abril, que 42% dos franceses que ganham o salário mínimo já cortaram uma das três refeições do dia e 79% de toda a população – um percentual altíssimo – reduziu substancialmente o consumo de alguns alimentos, como carne, peixe, frutas e legumes, que estão caríssimos. Um relatório da ONG Oxfam publicado nesta quinta-feira (27) voltou a tocar no ponto nevrálgico da crise social que afeta a França: o aprofundamento das desigualdades. Em 2009, o CEO de uma grande empresa francesa ganhava 64 vezes mais que um empregado da base; em 2021, essa diferença passou para 97 vezes. O lucro das 100 maiores empresas francesas dobrou em 12 anos, mas a parte do lucro dedicada a atenuar as desigualdades salariais diminuiu, para favorecer a remuneração de acionistas, ou seja, do capital e não do trabalho.  Maior mobilização social em 50 anos A mobilização social iniciada em janeiro é considerada a maior dos últimos 50 anos. Os pedidos de filiação aos sindicatos aumentaram em até 30%, dependendo da central, em comparação a anos anteriores. O fenômeno faz com que o diálogo social endureça nas empresas, o que é bom para o trabalhador, mas ao mesmo tempo transpõe a insatisfação da população com o governo para os locais de trabalho, o que desagrada aos empresários.  Macron tenta superar a revolta provocada pelo aumento da idade de aposentadoria com visitas ao país e um diálogo direto com os franceses. Ele tem defendido as ações do governo visando a melhoria dos serviços públicos na saúde, educação, no combate a fraudes e na arrecadação de impostos, sem convencer em relação à realidade da perda da qualidade de vida que os franceses enfrentam. O ministro do Planejamento, Gabriel Attal, disse nesta sexta-feira (28) que estuda um novo corte de impostos para a classe média e a redução da tributação na transmissão de herança, especificamente para quem tem apenas a casa própria para deixar aos filhos e é super taxado. Ele até convidou Marine Le Pen para um debate sobre o assunto, já que a líder da extrema direita diz que governo "mente" quando fala que diminuiu os impostos.  O maior problema nessa proposta do governo é que economistas consideram o conceito de classe média vago: pode ir de uma pessoa que ganha € 1.300 por mês até € 3.600 – uma diferença enorme. Virar a página da reforma da Previdência tem sido difícil para Macron, seus ministros, prefeitos e deputados do partido governista. A moda do panelaço contra a reforma pegou. O mais inacreditável é que o ministério do Interior tem baixado decretos para proibir a população de bater panela. A imprensa já questiona se Macron, por esse estilo autoritário, não estaria transformando a França em uma democracia iliberal, nos moldes da Hungria de Viktor Orbán, que impede a liberdade de expressão.  Protesto na final da Copa da França Neste sábado (29), os times de Nantes e Toulouse disputam a final da Copa da França no Stade de France, em Saint-Denis, que é área de periferia mais pobre do país, ao norte de Paris. Setenta e oito mil torcedores compraram ingressos. Macron confirmou que vai ao estádio, o que é uma tradição entre os presidentes, mesmo sabendo que sindicalistas da CGT programaram um ato contra a reforma da Previdência.  A CGT planejou distribuir aos torcedores cartões vermelhos e apitos para vaiar Macron durante o jogo. Em mais uma tentativa de reprimir a livre expressão dos franceses, as autoridades de segurança proibiram qualquer manifestação sindical nos arredores do estádio. Aparentemente, Macron já teria desistido de aparecer no gramado aos lado das equipes antes do início da partida, como acontece nas finais.  Nantes e Toulouse são duas cidades que têm registrado forte mobilização contra a reforma. Os dois clubes ainda são conhecidos por terem hooligans nas torcidas. Com isso, 3 mil policiais foram mobilizados para o jogo. Macron deve ficar isolado na tribuna de honra do estádio, oferecendo ao mundo uma imagem cada vez mais constrangedora para o líder de um país democrático. Trezentas manifestações estão programadas na segunda-feira, 1° de maio, em todo o país. O esquema de segurança contará com 12 mil policiais e militares – 5 mil apenas em Paris. Apesar do feriado, 100 mil pessoas devem desfilar na capital, entre elas de 1.500 a 3 mil coletes amarelos e 400 manifestantes ultrarradicais de esquerda, prevê o ministério do Interior.  Ainda existem duas datas importantes de análise da reforma: no dia 3 de maio, o Conselho Constitucional dará um parecer sobre um novo pedido de referendo. Em 8 de junho, o Parlamento irá votar um projeto que pede a revogação do artigo que aumentou a idade de 62 para 64 anos. A primeira-ministra Élisabeth Borne convidou as lideranças sindicais para reuniões na semana que vem. Ela vai tentar fissurar a frente sindical, com propostas que possam atender a demandas da central reformista CFDT, líder em número de filiados no país. Entretanto, os sindicatos têm a intenção de continuar unidos para fazer o governo pagar caro pela reforma e cobrar compensações, como cursos de requalificação profissional e condições de trabalho vantajosas para os trabalhadores com mais de 55 anos. Macron está longe de conseguir virar a página, com um governo por enquanto paralisado em sua capacidade de ação.
    28.4.2023
    13:48
  • Festival do Livro de Paris faz parceria com TikTok para atrair leitores jovens
    Considerado um dos maiores eventos de literatura da Europa, o Festival do Livro de Paris é realizado desta sexta-feira (21) até domingo (23). Para a edição deste ano, os organizadores fecharam uma parceria inédia com o TikTok, a rede social preferida dos jovens, com o objetivo de incitar a prática da leitura entre as novas gerações. Daniella Franco, da RFI Embora 86% dos franceses se declarem praticantes da leitura, a situação na faixa dos 15 aos 24 anos é preocupante. Segundo uma pesquisa do Instituto Ipsos para o Centro Nacional do Livro da França, divulgada em 12 de abril, um a cada cinco jovens franceses com menos de 25 anos não lê nenhum livro. Além disso, entre 2019 e 2022, houve uma queda de 12% na quantidade de jovens leitores. O principal motivo é a internet, onde a “Geração Z” francesa gasta até quatro horas de seu tempo livre por dia. O tempo dedicado à leitura, no entanto, é de apenas 41 minutos, incluindo os livros que fazem parte das leituras obrigatórias nas escolas ou universidades. Pensando nisso, o Festival do Livro de Paris decidiu se aliar ao TikTok, a rede social preferida dos jovens. Além de ser uma das parceiras oficiais do evento, a plataforma é palco de um fenômeno que tem potencial para incitar a prática da leitura entre as novas gerações, o #BookTok. Os praticantes dessa moda já têm até nome: os “booktokers”. No TikTok, eles fazem comentários, resenhas e leem trechos de livros. O método virou uma verdadeira estratégia de comunicação das editoras e tem feito livros para crianças e adolescentes sumirem das livrarias da França. O Festival do Livro de Paris quer amplificar ainda mais esse fenômeno para estimular o gosto dos jovens pela leitura. Para essa edição do evento, booktokers famosos participarão de uma mesa redonda no salão nesse fim de semana sobre a questão do engajamento dos jovens à leitura.     Edgar Morin na programação Antigo “Salão do Livro de Paris”, o evento, que chega à sua 42a. edição, mudou de nome há dois anos, após ser cancelado duas vezes devido à pandemia de Covid-19. Até domingo (23), um espaço efêmero de 6.500 m2 no Champs de Mars, em frente à torre Eiffel, deve acolher cerca de 100 mil frequentadores. Neste ano, o convidado de honra é a Itália. Boa parte da programação gira em torno de obras e autores italianos: mesas-redondas, encontros, palestras, entrevistas, workshops. Masgrandes nomes da literatura francesa também marcam presença no evento, como Amélie Nothomb, Daniel Pennac, Brigitte Giraud - vencedora, no ano passado, do Goncourt, o maior prêmio de literatura da França. Um dos destaques da programação será o filósofo, antropólogo e sociólogo francês Edgar Morin. Ele será entrevistado pelo jornalista Jean-Claude Perrier na tarde de sábado (22). Aos 101 anos, Morin se prepara para lançar sua nova obra, “Encore un moment”, em junho. Em três dias de salão, serão mais de 200 eventos, entre eles, centenas de sessões de autógrafos. Mais de 300 escritores participam desta edição do Festival do Livro de Paris, programa indispensável para os amantes de literatura na França.     Aumento recorde de livrarias Prova de que o hábito da leitura faz parte da cultura francesa é o aumento recorde de aberturas de livrarias no país. Segundo o instituto Ipsos, 89% dos cidadãos leram ao menos um livro em 2022. Em média, os franceses leem 22 livros por ano, com um aumento de quatro livros em relação a 2021. O aumento no consumo de obras tem um efeito: um recorde de aberturas de livrarias em toda a França. No ano passado, 142 novas livrarias foram criadas em todo o país. O fenômeno teve início em 2010, mas a pandemia de Covid-19 impulsionou essa tendência. Os meses de confinamento serviram para os franceses colocar a leitura em dia. No período de crise sanitária, as livrarias não eram consideradas comércios essenciais, como supermercados e farmácias e tiveram que fechar. Por outro lado, podiam vender pela internet, através do sistema click & collect, que permitia que consumidores pudessem buscar as mercadorias nas portas das lojas. Ao mesmo tempo, houve uma mobilização da população para privilegiar a compra de livros em estabelecimentos independentes e locais, evitando as grandes redes. O resultado é um aumento na quantidade de livros consumidos e um recorde de aberturas de novas livrarias em toda a França.
    21.4.2023
    14:36

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